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APRESENTAÇÃO

Esta é a 2ª edição do livro Infância e Pós-Estruturalismo, originalmente publicado em 2017. A obra foi ampliada, de modo a incorporar dois excelentes e essenciais artigos: um sobre René Schérer, escrito por Silvio Gallo e um sobre infâncias e pós-colonialismo, escrito pela pesquisadora indiana, Sarada Balagopan. Esta nova edição do livro é resultado de um conjunto de encontros e pesquisas que vêm sendo promovidos por grupos de pesquisadoras e pesquisadores nacionais e internacionais em torno dos temas da criança, do bebê, da infância, dos “Estudos da Infância” sob a analítica pós-estruturalista e pós-colonialista, com o intuito de combater o colonialismo e o racismo que habitam as estruturas sociais e as subjetividades, de maneira a forjar resistências e produzir diferenças de toda ordem.

A filosofia pós-estruturalista ou da diferença

não considera a diferença um problema, mas sim ponto de partida para criar problemas e, assim: problematizar a Escola, O Movimento Social, O Indivíduo, O Coletivo. Um pensamento que não procure as identidades entre o nome e a coisa, mas que invente novas possibilidades a cada vez, que abdique do artigo definido maiúsculo e dos grandes temas que o acompanham. Menos consciência, autonomia, comunicação, informação, bildung[1], reprodução. E mais cartografias, linhas, fugas, singularidades, devires. Pensar a educação, a cultura, a subjetividade nessas condições? É como o equilibrista de Zaratustra que, à beira da morte, ouve o seguinte: “[…] fizeste do perigo o teu ofício” (NIETZSCHE, 2011, p. 20). Uma filosofia que se arrisca a partir da diferença é o que encontramos (Barros, et all, 2017).

Nesse sentido, os artigos derivam de pesquisas que focam a pluralização do objeto social da infância, considerando criança e infância como categorias históricas, inventivas e contingentes por meio de suas multiplicidades: raça, classe social, gênero, sexualidade e etnia. Tomamos a multiplicidade da experiência da infância como positividade orientada pelo pensamento da diferença, que se pauta nos referenciais teóricos, em especial, deleuziano e foucaultiano, e nos campos contemporâneos das relações étnico-raciais, de sexualidade e gênero, para os quais as diferenças infletem nossa subjetividade permitindo múltiplas possibilidades de existências, além de agregarmos um repertório pós-colonialista. Compreendemos que a criança se refaz de forma singular em suas diferenças e é na busca de compreender as possibilidades destas singularidades que os grupos de pesquisadores/as realizam suas atividades.

INFÂNCIA E PÓS-ESTRUTURALISMO

R$ 49,00Preço

Anete Abramowicz; Gabriela Tebet (Organizadoras) !@
Infância e pós-estruturalismo. São Carlos: Pedro & João Editores, 2019. 250p.
ISBN 978-85-7993-707-1
1. Estudos da infância. 2. Infância e pós-estruturalismo. 3. Educação infantil. 4. Autores. I. Título.

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